domingo, 17 de maio de 2009




PRÓSPERO — Pareceis, caro filho, um tanto inquieto, como quem sente medo. Criai ânimo, senhor; nossos festejos terminaram. Como vos preveni, eram espíritos todos esses atores; dissiparam-se no ar, sim, no ar impalpável. E tal como o grosseiro substrato desta vista, as torres que se elevam para as nuvens, os palácios altivos, as igrejas majestosas, o próprio globo imenso, com tudo o que contém, hão de sumir-se, como se deu com essa visão tênue, sem deixarem vestígio. Somos feitos da matéria dos sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono. Reconheço, senhor, que estou irritado. Suportai-me, vos peço; é da fraqueza. Enturva-se-me o cérebro já velho. Não vos amofineis com minha doença. Caso vos for do agrado, entrai na cela, para aí repousardes. Enquanto isso, darei algumas voltas, porque possa tornar-me calmo.

[uma das básicas falas de Próspero, protagonista da peça A última tempestade, de William Sheakespeare]

3 comentários:

RenatoLuz disse...

ok. não sou outsider nem de vitrine nem de feira livre, (sequer sei o que significa essa expressão) nao levanto bandeiras, e na verdade detesto quelquer tipo de bandeira.
só acho que vc perde muito tempo de sua vida fazendo e refazendo esses recados que a mim dizem pouco.
tudo bem, eu sempre tive talento para ofender, mas só quando sou provocado. só achei o seu calcanhar de aquiles e cutuquei a ferida. Não pense que me orgulho disso, entaõ essa é minha vez de pedir desculpas.
só uma pequena observação. em momento algum a fabrissa me apoiou em nada do que eu fiz e colocá-la no mesmo saco e jogar no lixo não é uma atitude justa. eu sou uma pessoa e ela é outra. independente dos laços existentes! ok?
pense um pouco, e não leve tudo tão a sério.
não passo de um infantilóide que se julga acima do bem e do mal!
sorry.

Zeka Viola disse...

Bonito blog. Instigante, inteligente. Proust, Shekespeare, Fernando Pessoa. Amor às palavras escritas, às idéias contidas. Belas fotos. Serei seguidor!

Lucas Rigonato disse...

básico.